Walid Regragui escreveu seu nome na história do mundial ao levar o Marrocos a primeira semifinal de sua história, marca inédita para uma seleção africana e árabe.
Antes da bola rolar no Catar, o Marrocos era taxado como mero coadjuvante na Copa do Mundo, saindo no lucro caso conseguisse ao menos uma vitória. Surpreendentemente, os marroquinos foram além, desbancaram a temida geração belga, deixaram para trás Espanha e Portugal, e se tornaram a primeira semifinalista africana e árabe em um mundial.
Liderados por Hakimi e Zyiech dentro das quatro linhas, os Leões do Atlas têm também um dos protagonistas na beira do gramado, o treinador Walid Regragui. Nascido na França, o técnico também atuou pela seleção enquanto jogador, época também em que fez carreira em solo europeu, além de já ter feito história a frente da prancheta no futebol de clubes da África.
Filho da Diáspora: Carreira na Europa e retorno às origens
Uma marca de Regragui nesse mundial é a identificação com o Marrocos, porém o treinador na realidade nasceu em Corbeil-Essonnes, na França. E foi por lá onde deu seus primeiros passos no futebol até se profissionalizar como jogador no modesto Racing Paris, em 1998.
Em solo francês ainda atuou no Toulouse e Ajaccio até chegar ao futebol espanhol e jogar na La Liga, na época ainda chamada de Liga das Estrelas. Com a camisa do Racing, agora o de Santander, dividiu vestiário com o brasileiro Felipe Melo, nas últimas aparições do clube na primeira divisão espanhola.
Depois retornou a França e, após breve passagem no Dijon, vestiu a camisa do Grenoble durante a passagem do clube na Ligue 1. Por lá presenciou o surgimento de um atacante promissor chamado Giroud, maior artilheiro da história da seleção francesa e quem irá reencontrar agora na Copa do Mundo.
Ainda, no fim de sua carreira, atuou no Moghreb Tetóuan, reencontrando suas raízes marroquinas. Regragui se despediu dos gramados em 2009, na sua terra de origem, de coração.
Prancheta na mão: escrevendo história no futebol africano
Após pendurar as chuteiras, Regragui seguiu no futebol marroquino assumindo o comando técnico do modesto FUS Rabat. A frente do clube da capital, o ex-jogador conquistou o inédito título da elite do futebol nacional, por lá chamado de Botola Pro1, em 2016 além de conquistar a Taça do Trono em 2014.
Tendo sido peça fundamental do crescimento do FUS Rabat no cenário nacional, o treinador foi para o futebol catariano, conquistando mais um campeonato nacional, dessa vez comandando o Al-Duhail. Naquele elenco contou com o brasileiro Dudu, ídolo recente do Palmeiras.
De volta ao Marrocos, Walid Regragui assumiu um dos principais clubes do país, o Wydad Casablanca. Por lá conquistou mais uma taça da Botola Pro1, mas seu grande momento mesmo foi levar o troféu da principal competição do continente, a CAF Champions League, sobre o poderoso Al Ahly, do Egito. Assim, Regragui se tornou apenas o segundo treinador marroquino a conseguir o título da Champions Africana.
Nessa passagem o técnico também conquistou seu segundo prêmio de melhor treinador do campeonato marroquino, o primeiro foi na época do FUS Rabat. Com uma carreira curta, mas muito vitoriosa, o treinador assumiu o Marrocos no lugar do experiente Vahid Halilhodžić, em meio a uma crise interna na seleção e muitas críticas da imprensa local.
Até então desconhecido, Regragui entrou para a história levando os marroquinos até as semifinais da Copa do Mundo, fazendo história não só com a seleção como também entre os treinadores do continente. Agora, contra a França, atual campeã do mundo, Regragui que é acostumado a surpreender, busca mais uma conquista em sua carreira.
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